Semana dos Direitos Humanos em Teresina, Teatro do Boi através do audiovisual

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Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul em Cena no Teatro do Boi.

 

Por: Norma Soely Guimarães

 

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Durante uma semana o Teatro do Boi foi cenário e palco dos Direitos Humanos. A abertura aconteceu dia 17 com a presença e participação de representantes de cegos, LGBT, mulheres, artistas, cinéfilos, estudantes, professores, defensores públicos, advogados, poder público e outros. O auditório lotou para prestigiar a abertura do evento. A representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Coordenadora Nacional de Combate à Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente Sílvia Giugliani elogiou a produção local, por ter captado a essência da Mostra em todas as ações. “É importante que a inclusão aconteça na ação, e vocês estão fazendo”, ressalta Sílvia referindo-se à intérprete de LIBRAS, aos músicos do Projeto Música para Todos, à participação das pessoas com deficiência visual à participação das mulheres do Parque Rodoviário participando da abertura do evento. Estiveram presentes aproximadamente 150 pessoas

Após as falas da representante nacional, do representante da Prefeitura Municipal o Gerente de Promoção Cultural Daniel Aracacy e da Produtora Local Leide Sousa o público assistiu a exibição do filme Que Bom Te Ver Viva, de Lúcia Murat. As pessoas ficaram impressionadas com o filme. O defensor público Igo Castelo Branco, falou da importância de filmes que mostram a memória da ditadura militar ressaltando que através do filme a gente tem a visão real do que aconteceu. O projeto “Música Para Todos” se apresentou no palco externo cantando forró pé de serra em homenagem a Luiz Gonzaga e Dominguinhos com coquetel para o público presente.

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Nos dias seguintes o público principal foi formado por membros da associação dos cegos, cadeirantes e deficientes auditivos, instituição dos direitos humanos e alunos das várias escolas públicas das zonas norte, sul, leste e sudeste da Capital. Teve, também durante toda a mostra participação de estudantes das Universidades Federal e Estadual bem como de Faculdades particulares. As professoras revelaram que os alunos ficaram encantados, não só com os filmes, mas também com o passeio e o teatro. A maioria nunca tinha ido ao teatro muitos nem saiam de seu bairro, zona periférica e de risco. A diretora adjunta da Escola Des. Robert Carvalho Freitas, Socorro Nascimento falou que levou seus alunos “com a perspectiva de assistirem e levarem alguma coisa boa para a vida deles”.

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O Projeto Um Olhar para a Cidadania, do Instituto Comrádio e Cooperforte que beneficia pessoas com deficiência visual participou da Mostra durante três dias assistindo os filmes áudiodescritivos e gravando depoimentos para o programa da web rádio EmdiaBrasil e para a rádio Pioneira. Para o professor e coordenador Iraildon Mota “Este é um momento muito especial, porque estamos trazendo o pessoal com deficiência visual para fazer intervenções através do programa de rádio transmitido pela rádio EmdiaBrasil e Rádio Pioneira dentro da Mostra”. Denise dos Santos, deficiente visual que assistiu ao filme Hoje eu Quero Voltar Sozinho gostou da áudiodescrição e revelou que “geralmente, quando a gente vai ao cinema tem que levar alguém para descrever para a gente, aqui foi diferente”.

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O Tribunal Regional Eleitoral – TRE/PI participou nos intervalos das sessões com projeto EJA, conscientizando o público presente sobre a importância do voto limpo, distribuindo cartilha, e transportando alunos. O SEST SENAT, atuante durante toda a semana da mostra de cinema com transporte de alunos da rede pública das zonas rurais e periféricas.

Os alunos das faculdades e universidades vieram por lazer, para trabalho com os professores, como os alunos de Direito que assistiram ao filme Setenta e participaram do debate ou os alunos de jornalismo que assistiram O Mercado de Notícias. O professor de jornalismo Eugênio Rego trouxe pela quarta Mostra seus alunos e frisou: “Achei fantástica a ideia de Jorge Furtado de juntar uma peça de teatro com o depoimento de jornalistas a respeito do que, na verdade é essa máquina chamada de jornalismo”.

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Os debates aconteceram em dois dias. O do dia 20, contou com a Drª Anna Vitória Alcântara Feijó, Presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB/PI que analisou o filme Brava Gente Brasileira sob a ótica dos preconceitos contra a cultura do outro. O invasor tenta através da violência, impor sua cultura colocando-a como superior e a do outro como errada. “eles invadiram aquela tribo porque pensaram que só tinha mulheres. Para eles, tendo só mulheres eles podem invadir, estuprar e matar”, ressalta Anna Vitória. A representante do movimento Nacional de Direitos Humanos, Lourdinha Nunes analisou como a tomada das terras justifica matar o nativo, e que eles não lutavam só pela terra, mas pela sobrevivência de seu povo. O Prof. E Jornalista Jessé Barbosa foi o mediador do debate.

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O segundo dia do debate foi com o filme Setenta e teve a manifestação de várias pessoas da plateia. A Mesa composta pela Drª Sueli Rodrigues, pelo Dr. Francisco Campelo Filho, Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB/PI e pela professora Mayra Veloso teve como mediador o cineasta Leandro Milu. A Drª Sueli Rodrigues da UFPI,sugeriu que a OAB faça um trabalho de conscientização nossa memória de tortura, prisão e morte, que não é repassada nas escolas, nem em fóruns nesse sentido. Segundo Sueli “a anistia foi um acordo para os torturados e torturadores esquecerem o que aconteceu” e, segundo ela, isso minimizou o efeito das atrocidades da ditadura. “Se tivessem punido os torturadores o resultado seria diferente para a sociedade”. Mayra Veloso, assistente social e Coordenadora CDH “Dom Helder Câmara”, analisa o filme sob a ótica da subjetividade. A dor que cada um sentiu a culpa das por ficarem longe da família. As sequelas das torturas para cada um, de forma diferenciada. Falou-se no medo de que a ditadura volte pelo ato de coragem de pessoas estarem “mostrando a cara” defendendo a volta dela.

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O Cineclube “Olho Mágico” da ADUFPI fez uma maratona de sessões no sábado, assistindo todas as sessões e analisando os filmes.

A realização é da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em parceria com o Ministério da Cultura (MinC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), com o apoio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e Fundação Euclides da Cunha, além do patrocínio da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Apoio local: Prefeitura Municipal de Teresina, B & T Audiovisual, Sest Senat, TV Cidade Verde, Instituto Comradio, OAB Piaui, Simples Informática, Projeto “Música Para Todos e TRE/PI.

Fotos: Kleyton Marinho

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